terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ser ou não ser pontual? Eis a questão.


Nós, brasileiros, temos fama de não sermos pontuais. Que isto é uma questão cultural, e coisa e tal.

Também pudera. Crescemos vendo as festas nas nossas casas nunca começando na hora (e também sem hora de acabar, diga-se de passagem); desde cedo, nos acostumamos a esperar horas seguidas numa sala de espera desconfortável, para sermos atendidos pelo médico sempre atrasado (apesar da consulta marcada); nos conformamos com falta de pontualidade dos vôos, dos trens e dos ônibus. Não estranhamos que nossos pais e seus amigos nunca chegassem na hora que combinaram para se encontrar: alguém sempre tinha de esperar pelo outro. E nem reparamos quando a novela das oito passa a começar às oito e meia, às nove, ou quando for conveniente para a Rede Globo (todo mundo vai ver assim mesmo...).

Muitos de nós achamos este um traço meio folclórico, mas positivo, da nossa gente. Aí, de repente, começamos a trabalhar, e com a maior naturalidade, acreditamos que é natural se chegar na reunião uns minutinhos depois (até por que talvez ela nunca comece mesmo quando agendada); que o cliente pode esperar um pouco na linha e por aí vai.

Enquanto isso, leio que, no Japão, se um trem chega atrasado, são emitidos comprovantes para quem quiser justificar seu atraso no trabalho ou em algum outro compromisso. Lá, a tolerância com este tipo de acontecimento é pequena. A expectativa é que os serviços, as reuniões, as tarefas, as atividades sigam os horários programados.

Em vários países da Europa e mesmo nos EUA, há quem acerte seu relógio pela chegada do trem à estação ou do ônibus ao ponto.

Agora que este nosso “gigante está despertando” – finalmente- fica a dúvida sobre nosso futuro como povo que se atrasa. Será que vamos mudar, nesse mundo cada vez mais globalizado? Ou será que vamos aprender com a natureza, com seus nasceres e pores do sol exatos, com suas marés cheias e baixas nas horas previstas, e tantos outros exemplos.

E você? Como é que se vê nessa questão? Qual dos perfis abaixo é o seu?

- Sou pontual. É muito difícil me atrasar, pois procuro chegar sempre com boa folga aos compromissos.
- Acho uma perda de tempo ficar esperando pelo início de um compromisso. Me programo para chegar exatamente na hora marcada, ainda que corra o risco de pequenos atrasos.
- Não me preocupo muito com horários pois raramente as coisas começam no horário, mesmo. Prefiro deixar os outros esperando do que o contrário.
- Acho um charme chegar atrasado. Quem me conhece sabe disso e respeita. Procuro contar sempre uma história divertida para me justificar.

Fonte da Ilustração http://www.dementia.pt/a-prenda-ideal-para-um-atrasado/

2 comentários:

  1. Acreditando que tempo seja dinheiro,sempre "respeitei" esta igualdade, por não gostar de desperdiçar qualquer um dos dois elementos. Portanto, sou a favor da pontualidade, em todo e qualquer compromisso, e considero uma falta de respeito ao próximo a não-pontualidade. Aliado a falta de respeito ao se chegar atraso a um compromisso são as explicações escabrosas para justificativa do descaso...estas, então, são sofríveis...melhor seria o silêncio( o qual é de ouro!rsrsr). Então, valorizemos mais o tempo, vez que o mesmo é um recurso escasso e não renovável, respeitando-o!

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  2. Você toca no ponto chave: respeito ao tempo do outro(a), tão escasso quanto o nosso. No fundo, respeito à vida

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