quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ecologia do tempo?


Todo mundo está aí falando de meio ambiente, de recursos naturais não-renováveis e dessas outras pequenas e grandes questões que tem inquietado a humanidade ultimamente. Mas praticamente ninguém faz menção ao único recurso não renovável, não reciclável e não estocável do planeta. Um recurso que vem se tornando escasso para a grande maioria das pessoas, nesse mundo acelerado e em permanente transformação. Servan-Schreiber* foi um dos poucos que vi tratando disso: “Esse grito de alerta em favor da natureza, lançado pelos ecologistas (cuja batalha, aliás, ainda está longe da vitória), deveria repercutir em cada um de nós, no que diz respeito ao nosso próprio tempo.”

Mas não. A vida moderna continua sua marcha irrefletida e torna o tempo um recurso cada vez mais crítico, medido em frações de segundo. Quase todos têm procurado acelerar suas vidas, como se isso fosse possível de ser feito indefinidamente.

Não faltam razões para que o tempo mereça, também, os mesmo cuidados que temos com tantos outros recursos naturais ameaçados. O respeito por um bem escasso como o nosso tempo - e a nossa vida - e cuidado com o tempo e a vida dos outros são atitudes de essência muito semelhante ao respeito que devemos à natureza.

Este respeito começa pelo respeito ao nosso próprio tempo, é claro. Mas passa também pelas “infinita” rede de interações com outras pessoas, em que somos ora vítimas, ora vilões de atitudes desrespeitosas e anti-ecológicas com relação ao tempo.

Salve o Planeta e viva (bem) o seu tempo!

* Jean-Louis Sevan-Schreiber em "A Arte do Tempo"

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Iroko, o Orixá do Tempo

Iroko ou Tempo, como também é conhecido, é um Orixá muito antigo. Iroko foi à primeira árvore plantada e pela qual todos os restantes Orixás desceram à Terra. Representa, assim, a ancestralidade, os nossos antepassados, pais, avós, bisavós, etc., representa também o seio da natureza, a morada dos Orixás.

Iroko vive na mais suntuosa árvore que há numa roça de candomblé e também nas matas. Desrespeitar Iroko, a grande árvore, é desrespeitar sua dinastia, seus avós, seu sangue...

Iroko é a própria representação da dimensão Tempo. Toda a criação está nos seus desígnios. E é ele que acompanha, e cobra, o cumprimento do Karma de cada um de nós, determinando o início e o fim de tudo.
Corresponde a entidades cultuadas em diversas civilizações. Enki, o Leão Alado na Mesopotâmia e Babilónia; Anúbis, o deus Chacal, no Egipto; Teotihacan entre os Incas e Viracocha entre os Maias; também presente no Panteão Grego e Romano, onde era conhecido e respeitado como Cronus, o Senhor do Tempo e do Espaço, que abriga e conduz a todos inexoravelmente ao caminho da Eternidade. Fontes/referências: http://www.orixas.com.br e http://ocandomble.files.wordpress.com
Fonte da ilustração: http://ryanagabecholiveira.blogspot.com/2010/05/iroko.html

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quando você precisa de ajuda, prefere pedir a pessoas bastante ocupadas?

Nunca tinha acontecido antes, comigo. Ao menos não me lembro. De modo que acho tudo muito estranho e estou com dificuldades de lidar com o assunto. Há algumas semanas, tendo contatar sem sucesso um parceiro de negócios para esclarecer uma questão muito relevante e de grande interesse para minhas tarefas e meus resultados. Com se trata de uma pessoa em posição elevada, na organização parceira, todos os seus subordinados que estão envolvidos no projeto apontam para a necessidade de uma consulta direta a ela. Sei que ela é ocupadíssima, mesmo. Até por conta de sucessivas reorganizações que têm ocorrido na sua empresa, em que seu papel se tornou ainda mais crítico e mais essencial.

Mas são semanas, quase dois meses, em que não obtenho resposta de e-mails e os recados telefônicos não são respondidos, que agora já estão entrando até no terreno da descortesia, da falta de respeito no trato de um assunto importante.

Aí, esses dias, pela “milésima” vez, ouço alguém comentar que quando tem que pedir ajuda, prefere fazê-lo a uma pessoa realmente bastante ocupada. E justifica: são as mais eficazes e realizadoras e vão acabar encontrando um jeito de ajudar. O exemplo que acabo de contar contraria totalmente esta lógica. Decidi, então, fazer esta pequena pesquisa aí ao lado, para saber a opinião dos visitantes e leitores do blog. Participe!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Você trabalha melhor sob pressão do tempo?


Tem muita gente que diz que sim. Uns, até com certa convicção, confessando que nem conseguem trabalhar de outro jeito: têm que sentir uma “cafungada forte no cangote” para conseguir fazer as coisas.

O pessoal que faz trabalho eminentemente criativo tem uma explicação para o fato de gostarem de ter prazos razoáveis para realizar certos tipos de tarefas (que implicam na combinação de conceito e execução, por exemplo), ainda que só se debrucem sobre elas nos últimos momentos. A cenógrafa Lia Renha comentou, certa vez: “A criatividade não tem um tempo cronológico, não tem um tempo definido”. Miguel Paiva, cartunista e artista muiti-midia, acrescenta: “Mesmo que você só trabalhe no último dia, é importante o intervalo para ir se familiarizando com a idéia, ir criando”. E Lia arremata: “Em dez minutos fiz o desenho. A idéia estava ruminando na minha cabeça há dias. Já estava pronta e eu nem sabia até sentar e desenhá-la.“

Mas será que isto se aplica a qualquer situação, seja profissional, seja doméstica, seja pessoal?

Eu, pessoalmente, acho que isto não faz o menor sentido. Em geral, as pessoas que gostam de trabalhar sob pressão não tem seus grandes objetivos bem definidos e acabam sendo pautadas pelos objetivos dos outros. Em muitos casos, empurram com a barriga até a situação se complicar e virar uma crise, até a temperatura subir e virar incêndio. Assim, tudo vira urgente, urgentiíssimo, e ele(a) apareça como o bombeiro chefe, salvador(a) da pátria, “o(a) cara”, o(a) que resolve esses grandes pepinos fabricados por ele(a) mesmo(a), mesmo que isso custe, em geral, muito mais tempo – e energia - para a tarefa ser feita.

Nestes casos, o que fica é o stress, a improdutividade, o desgaste; e a sensação de falta de tempo, sempre uma desculpa e, principalmente, um ótimo bordão.